MB Tokens e Bolt Energy lançam 1º token de contrato de comercialização de energia

Por Ricardo Bonfim – 15/06/2022
Valor Econômico

A MB Tokens, tokenizadora do MB (nova marca do Mercado Bitcoin), lança nesta quarta-feira (15) o primeiro token lastreado em contrato de comercialização de energia elétrica do Brasil. O instrumento foi desenvolvido em parceria com a Bolt Energy, empresa que trabalha com a comercialização de energia elétrica e gás natural e com a geração de energia e com a geração de energia eólica e solar.

O token é composto pela antecipação de parte dos recebíveis que a comercializadora possui de seus clientes. Ele terá 30 mil unidades com preço unitário de R$ 100, e a expectativa é de que o rendimento seja de 15,20% ao ano. O vencimento é em três meses. O prazo curto se explica, segundo Gustavo Ayala, CEO da Bolt Energy, por ser um produto piloto.

“Este é só um piloto, nosso objetivo é fazer futuramente tokens de 10 a 15 anos. Foi debatido neste primeiro produto colocar um prazo curto para o investidor conhecer. É quase um trabalho educativo”, afirma. Além do prazo menor para liquidação total, o novo token também terá uma fiança bancária que garante 70% do investimento.

Vitor Delduque, diretor de novos negócios do MB Digital Assets, destaca que contratos de energia estão dentro da estratégia do tipo de instrumento que o MB pretende tokenizar para atingir sua meta de originar R$ 600 milhões em tokens até o fim de 2022. “Conseguimos dar funding à empresa e acesso às pessoas a um investimento que elas não poderiam fazer antes”, argumenta.

De acordo com Delduque, o mercado de energia elétrica é muito sólido e, por isso, o investidor acaba se sentindo muito mais confortável para investir em um token da área. No mercado livre de energia, os consumidores podem negociar com os geradores e comercializadores as condições da compra de energia como fornecedor, preço, quantidade de energia e período de suprimento. Assim, uma indústria pode realizar suas atividades sem precisar pagar as tarifas da distribuidora concessionária da sua região.

O desafio de fazer um token neste setor, segundo Delduque, é ajustar um produto que saia coerente tanto para o parceiro que quer vender o ativo quanto para o investidor que irá comprá-lo para receber um retorno. “Eu tenho meu custo, a Bolt tem o quanto de deságio pode dar, e temos que fazer com que o produto final saia atrativo para todos.”

Gustavo Ayala, por sua vez, aponta também que a parte jurídico-regulatória é desafiadora por ser algo novo no universo dos produtos financeiros.