O Brasil poderá ter de despachar mais energia termelétrica para garantir o atendimento ao sistema elétrico até fevereiro de 2026.
Isso ocorrerá se for confirmado o cenário menos favorável de afluência e armazenamento hídricos projetado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
O cenário inferior contempla uma média de longo prazo (MLT) de afluência de 66% entre setembro e fevereiro, resultando em uma energia armazenada (EAR) de 52,4% ao final desse período.
Nesse caso, além da utilização de geração térmica adicional, poderá ser necessário maximizar a produção da hidrelétrica de Itaipu e da bacia do rio São Francisco, a fim de reduzir a dependência da reserva operativa nos horários de ponta, quando houver coincidência de cargas mais elevadas com baixa produção da fonte eólica.
“Já passamos da metade do período seco. O cenário ainda é de bastante incerteza quanto ao início do próximo período úmido. Estamos implementando diversas medidas operativas para assegurar o atendimento à carga, mesmo em cenários mais desafiadores, como em caso de atraso na entrada da estação chuvosa”, disse Marcio Rea, diretor-geral do ONS, em nota à imprensa.
Já o cenário favorável elaborado pelo ONS considera uma MLT de 98% entre setembro e fevereiro e uma EAR de 75% ao fim do período.
Em agosto, o nível de armazenamento no Sistema Interligado Nacional (SIN) fechou em 62%, acima dos 58% registrados no mesmo mês de 2024. Por região, o armazenamento foi de 58% no Sudeste/Centro-Oeste, 90% no Sul, 60% no Nordeste e 88% no Norte.
Diante da continuidade das condições hidrológicas desfavoráveis, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) manteve a bandeira vermelha patamar 2 para setembro, que representa um acréscimo de 7,87 reais a cada 100kWh consumidos. A expectativa é que a bandeira siga acionada em outubro e novembro.
O sistema de bandeiras tarifárias sinaliza aos consumidores o custo variável da geração de energia no Brasil, levando em conta a disponibilidade hídrica, a expansão das renováveis e o uso de fontes mais caras, como as termelétricas.
Energia solar
Segundo a Bow-e, empresa do Grupo Bolt, a volatilidade da tarifa elétrica tem estimulado a adesão à energia solar por assinatura, que oferece previsibilidade e desconto na conta de luz, sem a necessidade de instalação de painéis próprios.
“O modelo de energia solar por assinatura tem ganhado cada vez mais adesão por oferecer inovação, liberdade de escolha e uma economia média de 20% na conta de luz em comparação com as tarifas tradicionais. Em momentos como esse, com os reservatórios muito abaixo da média, cresce a busca por alternativas mais previsíveis, e é aí que a geração distribuída se mostra uma solução eficiente e mais acessível”, disse Gustavo Ayala, CEO do Grupo Bolt, em comunicado de imprensa.
Ao lado do mercado livre, os modelos de energia renovável por assinatura também têm crescido entre empresas que buscam não apenas economia, mas também atender a metas ambientais, sociais e de governança (ESG) e reduzir a pegada de carbono.
BNamericas – 15/09/2025